A delegada Roberta Franco (sentada) é a responsável pela DDM. Atrás, as coordenadoras Luciana Cristina (E) e Márcia Celestino (D). |
Parceria entre município e estado mostra que é possível salvar vítimas de abusos
O episódio de violência sexual contra uma adolescente do Rio de Janeiro há duas semanas, chamou a atenção de toda a sociedade brasileira e até da internacional. De acordo com a polícia civil, uma garota de 16 anos foi estuprada por mais de 30 homens.
O ato gerou revolta e várias campanhas de mobilização contra a chamada “cultura do estupro” nas redes sociais.
Uma pesquisa divulgada pela organização internacional de combate à pobreza ActionAid mostra que 86% das mulheres brasileiras ouvidas no estudo sofreram assédio em público em suas cidades. O levantamento mostra que o assédio em espaços públicos é um problema global, já que, na Tailândia, também 86% das mulheres entrevistadas, 79% na Índia, e 75% na Inglaterra já vivenciaram o mesmo problema.
A pesquisa foi feita pelo Instituto YouGov no Brasil, na Índia, na Tailândia e no Reino Unido e ouviu 2.500 mulheres com idades acima de 16 anos nas principais cidades desses países. No Brasil, foram pesquisadas 503 mulheres de todas as regiões, em uma amostragem que acompanhou o perfil da população brasileira feminina apontado pelo censo populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todas as estudantes pesquisadas afirmaram que já foram assediadas em suas cidades.
Essa pesquisa considera assédio os atos indesejados, ameaçadores e agressivos contra as mulheres, podendo configurar abuso verbal, físico, sexual ou emocional.
Em Barueri, a Coordenadoria de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, órgão municipal, ligado à secretaria da Mulher, vem realizando um trabalho em parceria com a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e com várias outras secretarias para que os diversos tipos de violência sejam denunciados.
A coordenadora de enfrentamento à violência na cidade, Luciana Cristina Ribeiro da Silva, diz que os casos de denúncia vêm crescendo bastante na cidade e que esses números mostram a eficácia do trabalho que está sendo realizado.
“Em 2015 foram aproximadamente 530 denúncias. Em 2016, em apenas meio ano, já ultrapassamos a marca dos 300 casos. Os crimes sempre existiram, o que aumentou consideravelmente foi número de queixas. Isso é importantíssimo. As mulheres têm que criar esse costume para que o nosso trabalho se fortaleça. Em Alphaville, por exemplo, existe uma violência velada. As mulheres com um padrão de vida mais elevado têm medo de denunciar por conta de constrangimento, papel social. Isso precisa acabar e elas devem assumir que sofrem violência. Elas devem ir para a delegacia e não para a terapia.”
Responsável pela Delegacia de Defesa da Mulher na cidade, a delegada Roberta Franco diz que não são apenas os casos visíveis de violência (como hematomas) que devem ser notificados. “Existem diversas tipificações de crime e violência contra a mulher. A Lei Maria da Penha apresenta com clareza cada um desses crimes e mesmo que a Constituição Federal nos garanta direitos, ela faz muita diferença nesse contexto de risco de morte e de violência crônica. Além da violência sexual e da física, que são as que a população mais ouve falar, temos também a violência psicológica, a patrimonial e a moral. Todas elas vão acabando com a identidade das mulheres. Outro ponto para ressaltar é que a nossa delegacia também atende casos contra crianças e adolescentes.”
A secretaria da Mulher de Barueri, dividida em várias coordenadorias, faz um trabalho de resgate da identidade de mulheres que sofrem com algum tipo de violência. “Nosso prédio está apto para receber mulheres de toda cidade. O público de Alphaville que nos procura busca mais pelos cursos de culinária, inglês e espanhol”, finaliza Luciana.
O ato gerou revolta e várias campanhas de mobilização contra a chamada “cultura do estupro” nas redes sociais.
Uma pesquisa divulgada pela organização internacional de combate à pobreza ActionAid mostra que 86% das mulheres brasileiras ouvidas no estudo sofreram assédio em público em suas cidades. O levantamento mostra que o assédio em espaços públicos é um problema global, já que, na Tailândia, também 86% das mulheres entrevistadas, 79% na Índia, e 75% na Inglaterra já vivenciaram o mesmo problema.
A pesquisa foi feita pelo Instituto YouGov no Brasil, na Índia, na Tailândia e no Reino Unido e ouviu 2.500 mulheres com idades acima de 16 anos nas principais cidades desses países. No Brasil, foram pesquisadas 503 mulheres de todas as regiões, em uma amostragem que acompanhou o perfil da população brasileira feminina apontado pelo censo populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todas as estudantes pesquisadas afirmaram que já foram assediadas em suas cidades.
Essa pesquisa considera assédio os atos indesejados, ameaçadores e agressivos contra as mulheres, podendo configurar abuso verbal, físico, sexual ou emocional.
Em Barueri, a Coordenadoria de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, órgão municipal, ligado à secretaria da Mulher, vem realizando um trabalho em parceria com a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e com várias outras secretarias para que os diversos tipos de violência sejam denunciados.
A coordenadora de enfrentamento à violência na cidade, Luciana Cristina Ribeiro da Silva, diz que os casos de denúncia vêm crescendo bastante na cidade e que esses números mostram a eficácia do trabalho que está sendo realizado.
“Em 2015 foram aproximadamente 530 denúncias. Em 2016, em apenas meio ano, já ultrapassamos a marca dos 300 casos. Os crimes sempre existiram, o que aumentou consideravelmente foi número de queixas. Isso é importantíssimo. As mulheres têm que criar esse costume para que o nosso trabalho se fortaleça. Em Alphaville, por exemplo, existe uma violência velada. As mulheres com um padrão de vida mais elevado têm medo de denunciar por conta de constrangimento, papel social. Isso precisa acabar e elas devem assumir que sofrem violência. Elas devem ir para a delegacia e não para a terapia.”
Responsável pela Delegacia de Defesa da Mulher na cidade, a delegada Roberta Franco diz que não são apenas os casos visíveis de violência (como hematomas) que devem ser notificados. “Existem diversas tipificações de crime e violência contra a mulher. A Lei Maria da Penha apresenta com clareza cada um desses crimes e mesmo que a Constituição Federal nos garanta direitos, ela faz muita diferença nesse contexto de risco de morte e de violência crônica. Além da violência sexual e da física, que são as que a população mais ouve falar, temos também a violência psicológica, a patrimonial e a moral. Todas elas vão acabando com a identidade das mulheres. Outro ponto para ressaltar é que a nossa delegacia também atende casos contra crianças e adolescentes.”
A secretaria da Mulher de Barueri, dividida em várias coordenadorias, faz um trabalho de resgate da identidade de mulheres que sofrem com algum tipo de violência. “Nosso prédio está apto para receber mulheres de toda cidade. O público de Alphaville que nos procura busca mais pelos cursos de culinária, inglês e espanhol”, finaliza Luciana.
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Fonte: Folha de Alphaville Online
Publicado em: 03/06/2016
Texto: Fabio Oscar
Foto: Maurício Maranhão/Folha de Alphaville
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